sábado, 26 de março de 2011

PORTUGAL, Alexandre O'Neill - Bruno Pestana



PORTUGAL

Ó Portugal, se fosses só três sílabas,
linda vista para o mar,
Minho verde, Algarve de cal,
jerico rapando o espinhaço da terra,
surdo e miudinho,
moinho a braços com um vento
testarudo, mas embolado e, afinal, amigo,
se fosses só o sal, o sol, o sul,
o ladino pardal,
o manso boi coloquial,
a rechinante sardinha,
a desancada varina,
o plumitivo ladrilhado de lindos adjectivos,
a muda queixa amendoada
duns olhos pestanítidos,
se fosses só a cegarrega do estio, dos estilos,
o ferrugento cão asmático das praias,
o grilo engaiolado, a grila no lábio,
o calendário na parede, o emblema na lapela,
ó Portugal, se fosses só três sílabas
de plástico, que era mais barato!

*

Doceiras de Amarante, barristas de Barcelos,
rendeiras de Viana, toureiros da Golegã,
não há «papo-de-anjo» que seja o meu derriço,
galo que cante a cores na minha prateleira,
alvura arrendada para o meu devaneio,
bandarilha que possa enfeitar-me o cachaço.
Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo,
golpe até ao osso, fome sem entretém,
perdigueiro marrado e sem narizes, sem perdizes,
rocim engraxado,
feira cabisbaixa,
meu remorso,
meu remorso de todos nós...

Alexandre O'Neill
1924-1986

Poesias Completas
Alexandre O'Neill
Assírio & Alvim

segunda-feira, 14 de março de 2011

Fora de Casa - Visita a Covas do Monte, dia 3 de Abril

Visitar Covas do Monte é uma surpresa, é como revisitar o Portugal rural de outrora que teima em coabitar com a cidade.
Covas do Monte poderá não ter futuro, mas é importante termos conhecimento desta realidade que poderia ser assumida como fazendo parte do futuro.
No entanto, há ainda quem não desista e população, técnicos, autarcas, teimam em manter a tradição.
A nossa visita a aldeias como Covas do Monte é uma expressão de cidadania. É um voto de esperança e de apoio a todos os que continuam a tentar que estas realidades possam constituir peças de um puzzle de um desenvolvimento mais diverso.
A aldeia das 2500 cabras

Covas do Monte é uma pequena aldeia escondida num dos vales da Serra de São Macário, em São Pedro do Sul. É aqui que se encontra um dos maiores, senão mesmo o maior rebanho do país.
Todos os dias, 2500 cabras saem de manhã para a montanha, num ritual ancestral de pastoreio comunitário que envolve toda a pequena povoação de apenas 56 habitantes. Ao fim da tarde, no regresso à aldeia, os animais parecem saber de cor o curral e a porta certa. Covas do Monte é uma aldeia de rosto antigo, onde se encontra ainda um Portugal raro e já muito distante.

Com esta viagem a Covas do Monte vai também conhecer a Serra de S. Macário, indo ao ponto mais alto da Serra: o Alto de S. Macário a 1054 m de altitude.
Cá em baixo, em S. Pedro do Sul, vamos visitar uma antiga estação de caminhos de ferro, agora transformada em centro de artesanato e se não nos falhar o tempo, vamos também à loja da Cooperativa CoopRaízes nas termas de S. Pedro do Sul.

Todas estas visitas serão guiadas por pessoas que têm acompanhado e animado estes processos de desenvolvimento local.

Saída de Coimbra em autocarro pelas 8h30.
Preço por pessoa: 30€ (incluí o almoço em Covas do Monte)

Org: Casa da Esquina/Agricabaz

sexta-feira, 4 de março de 2011

Chico Buarque - Meu caro amigo.

Protesto: 12 de Março de 2011. Geração à Rasca !




Protesto da Geração À Rasca
12 de Março às 15 horas
Avenida da Liberdade – Lisboa e Praça da Batalha - Porto


O «Protesto da Geração À Rasca» surgiu de forma espontânea, no Facebook, fruto da insatisfação de um grupo de jovens que sentiram ser preciso fazer algo de modo a alertar para a deterioração das condições de trabalho e da educação em Portugal.

Este é um protesto apartidário, laico e pacífico, que pretende reforçar a democracia participativa no país, e em consonância com o espírito do Artigo 23º da Carta Universal dos Direitos Humanos:
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção social.
(…)
Por isso, protestamos:
-Pelo direito ao emprego.
-Pelo direito à educação.
-Pela melhoria das condições de trabalho e o fim da precariedade.
-Pelo reconhecimento das qualificações, competências e experiência, espelhado em salários e contratos dignos.
Porque não queremos ser todos obrigados a emigrar, arrastando o país para uma maior crise económica e social.


No dia 12 de Março, pelas 15 horas, convidamo-lo a estar presente na Avenida da Liberdade em Lisboa ou na Praça da Batalha no Porto, no Protesto da Geração à Rasca cujo manifesto abaixo citamos.


João Labrincha
Paula Gil
Alexandre de Sousa Carvalho
António Frazão



Manifesto

Nós, desempregados, “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal.

Nós, que até agora compactuámos com esta condição, estamos aqui, hoje, para dar o nosso contributo no sentido de desencadear uma mudança qualitativa do país. Estamos aqui, hoje, porque não podemos continuar a aceitar a situação precária para a qual fomos arrastados. Estamos aqui, hoje, porque nos esforçamos diariamente para merecer um futuro digno, com estabilidade e segurança em todas as áreas da nossa vida.

Protestamos para que todos os responsáveis pela nossa actual situação de incerteza - políticos, empregadores e nós mesmos – actuem em conjunto para uma alteração rápida desta realidade, que se tornou insustentável.

Caso contrário:

a) Defrauda-se o presente, por não termos a oportunidade de concretizar o nosso potencial, bloqueando a melhoria das condições económicas e sociais do país. Desperdiçam-se as aspirações de toda uma geração, que não pode prosperar.

b) Insulta-se o passado, porque as gerações anteriores trabalharam pelo nosso acesso à educação, pela nossa segurança, pelos nossos direitos laborais e pela nossa liberdade. Desperdiçam-se décadas de esforço, investimento e dedicação.

c) Hipoteca-se o futuro, que se vislumbra sem educação de qualidade para todos e sem reformas justas para aqueles que trabalham toda a vida. Desperdiçam-se os recursos e competências que poderiam levar o país ao sucesso económico.

Somos a geração com o maior nível de formação na história do país. Por isso, não nos deixamos abater pelo cansaço, nem pela frustração, nem pela falta de perspectivas. Acreditamos que temos os recursos e as ferramentas para dar um futuro melhor a nós mesmos e a Portugal.

Não protestamos contra as outras gerações. Apenas não estamos, nem queremos estar à espera que os problemas se resolvam. Protestamos por uma solução e queremos ser parte dela.

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quinta-feira, 3 de março de 2011

Novidades tecnológicas


Jagger, o outro, o irmão. Em Seia.

Seria possível o IHRU aumentar a renda da casa com um idoso morto lá dentro, há alguns meses, ou anos? A BURROCRACIA a funcionar no Bairro da Rosa.

A burrocracia que vendeu uma  casa com um idoso morto no seu interior, no caso das Finanças, é a mesma que sobe as rendas das casas no Bairro Rosa, em Almada, agora da resposabilidade do IHRU - Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.


A resposta do IHHRU é deste estilo:



É uma burrocracia que só vê as pessoas através dos papeis, dos computadores, mas que não lhes conhece o rosto (salvo se exigiu foto tipo passe).
É uma burrocracia eficiente que atinge  os seus objectivos da administração pública, onde os cidadãos (= utentes = clientes) são meras referências (= artigos, como no comércio) necessárias para a produção do serviço.
Os responsáveis directos não são os funcionários desta eficiente administração, mas sim quem é responsável pelo criação deste modelos de funcionamento, concerteza muito ao gosto da Angela Merkel.


Ver notícia na TSF
http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1797678

terça-feira, 1 de março de 2011

Book - a revolução tecnológica !

Iniciativa Cívica: Auto – Estima e EsPoNe 11-16 | Anúncio, Convite à Participação e Pedido de Divulgação feito por José Dias



Apresentação: O Ano de 2011 é o Ano Europeu do Voluntariado e da Cidadania Activa.

Dedico-lhe a Iniciativa Cívica e Pessoal que, agora anuncio para que, a/o convido e para que, lhe peço divulgação.

Terá lugar em Coimbra, onde resido há 14 anos, Cidade do Conhecimento, em pleno “Silicon Valley” português, talvez com o maior número de doutores, de estabelecimentos de ensino médio e superior e de empresas de I&D por habitante.

Decorre no Hotel Dom Luis, www.hoteldluis.pt, na margem esquerda do Mondego, com rede wi-fi e estacionamento automóvel grátis, com uma vista soberba e possibilidade de alojamento a preços reduzidos.

Na Primavera, no horário de Verão, a 30 de Abril, Sábado porque, me apetece sentir por perto a memória somada do 17 de Abril de 1969 (42 anos), do 25 de Abril de 1974 (37 anos) e do 1 de Maio de 1886 (125 anos) datas que, muito me dizem.

Pode assistir a toda a Iniciativa ou a parte (s) dela, durante o tempo e pelo número de vezes que quiser, sem qualquer custo. Pode inscrever-se para a parte da manhã e/ou para a parte de tarde (ver mais à frente). Circulação livre incentivando-se a captação de texto, som e imagem. Vivencie a Cidadania. Não há certificados de presença nem créditos.

10h00 – 13h00 Auto-Estima 11 – 16

Na Sala Lisboa, piso de entrada do Hotel com acessibilidade, num ambiente de grande informalidade estarão 24 mesas, pontos de contacto individuais e/ou colectivos, criando-se um espaço e ambiente típico de Cidadania de Garagem, onde pode estacionar, descarregar e/ou abastecer-se com energias positivas, recriando-se uma Área de Serviço, prioritária para Cidadãos e Colectivos de Cidadania Activa, uma espécie de Banco do Tempo da Cidadania, onde trocas de experiências de cidadania (s) tem lugar, preparando-nos para os próximos 5 anos, com inscrições condicionadas à organização da equação – espaço e tempo reservado, bastando para se inscrever indicar nome, individual ou do colectivo, qual o tema que quer apresentar, durante quanto tempo, qual o seu horário pretendido, qual o seu contacto, email + telemóvel, sendo que, o aluguer do espaço será pago por mim na totalidade ao hotel e o seu pagamento a mim, no valor aproximado de 6 euros, a efectuar à chegada mas a combinar consigo, previamente, conforme tempo solicitado, não é feito em dinheiro mas na sua oferta, de valor equiparado, de vinho tinto (preferência bom) ou azeite (preferência extra virgem), como se se tratasse de uma doação para um Banco Alimentar do Cidadão, por indicação do meu médico de família, que convidarei, sendo as ofertas expostas em mesa apropriada e consumidas por mim e família, a seu tempo. Traje a seu gosto. Colectivos podem vir vestido de igual. No seu espaço pode colocar e remover a decoração e identificação que entender. Pode trazer quaisquer materiais que queira divulgar, oferecer ou trocar mas não vender. Em cada mesa estará um alinhamento horário com as iniciativas que irão decorrer nas três horas previstas. Possibilidade de utilização dos espaços contíguos para prolongar conversas, Recepção, Bar e Sala de Estar. Abertura da sala, exclusiva a inscritos, para preparação dos espaços pelas 09h30 e a todos pelas 10h00. Inscrições desde já (ver abaixo). Contacto consigo de imediato. Ajude-me a construir esta iniciativa que, julgo inédita. Alguns exemplos de inscrições desejáveis nesta iniciativa:

. quem tiver e souber traz e ensina quem não sabe a trabalhar com as modernas próteses digitais que nos irão fazer arregalar os olhos como, portáteis, notebooks, ipads, ipeds, ipods, tablets, kindles, telemóveis, iphones (não será permitida a entrada a ipids, leia - se “ai pides”) . quem é amigo do reino digital ensina a criar e a alimentar um blogue, a tuitar, a facebookar . Provedores Municipais, ainda tão poucos, falam da sua experiência cidadã . o Conselho de Cidade das Caldas da Rainha, único em actividade no país, expõe a sua experiência e defende a exportação do modelo . técnicos de Orçamento Participativo, de municípios que se contam pelos dedos, falam da sua tão rara e importante experiência . escritores conversam sobre os seus livros e como se escrevem livros . associações de voluntariado ou de cidadania activa divulgam a sua mensagem . partidos políticos divulgam as suas propostas . cidadãos e associações cívicas que estejam de bem com a democracia aproveitam para divulgar a sua mensagem . laboratórios associados e observatórios, de todo o tipo, explicam para que servem . associações de que faço parte, algumas bem curiosas (ver abaixo), apresentam-se . divulgam-se projectos de cidadania empresarial, ainda escassos . apresentam-se projectos de cooperação no espaço CPLP . divulga-se a União Europeia que, bem precisa . dialoga-se com os que trabalham com imigrantes, uma comunidade tão pouco participativa . deputados da assembleia da república e do parlamento europeu prestam contas, criando-se pequenos e virtuais ciclos, biciclos, triciclos, hemiciclos e tandems . o governo civil pode explicar para que serve antes que seja extinto . candidatos a cargos divulgam porque se candidatam . autarcas dialogam com os seus eleitores (dispensa-se receita médica a uns e outros) . recolhem-se apoios para petições . tantas outras ideias podem ser candidatas, partilhe-as comigo

Nesta parte da Iniciativa terei funções de acolhimento, secretariado e apoio, sentando-me logo após a entrada na sala para, prevenir a indesejada presença de agentes de notação, de “rating” ou de notas de crédito, da Fitch, da Moody’s e da Standard&Poor’s bem como de amigos de Madoff, Oliveira e Costa ou Dias Loureiro. Permitirei, a título excepcional, a livre circulação de colaboradores da Sonsofabitch, se portadores de O Gaiato e de comprovativo de que, foram alunos do Padre Américo.

13h00 – 15h00 Cidadania. Come, onde quiser ou no Restaurante do Hotel, como eu, com acessibilidade, almoço bufete, inscrição e pagamento de 20 euros, exclusivo ao hotel, desde já, com Ana Paula Santana reservas@hoteldluis.pt. Se, em número suficiente teremos espaço reservado e contíguo. Momento de convívio único entre participantes. Os do Norte, os do Sul, os do Oeste e os de Leste, partilham cumplicidades e refrescam amizades. Tiram-se fotos e registam-se momentos únicos.

15h00 – 20h00 EsPoNe 11 – 16
No Jardim do hotel, junto à caixa ecológica, ao ar livre, se o tempo o permitir ou na Sala Lisboa, com decisão 10 dias antes conforme previsões do Instituto de Meteorologia, Encontro de ESpecialistas em POrra Nenhuma. Pouco nos distingue dos verdadeiros Especialistas mas, não estamos habituados a reunir-nos nesta qualidade, a assumirmo-nos como tal apesar de sermos uma espécie “low cost”. Fórum de Cidadãos e Colectivos com Ideias, local de captação de futuros accionistas de um Banco de Ideias “in-shore”. As Próximas Eleições poderão ocorrer nas seguintes datas: Legislativas (?) e Autárquicas 2013, Europeias 2014, Reitor da UC 2015 e Presidenciais 2016. Há que aproveitar este tempo para começar a prepará-las, pensando o nosso futuro comum. Recriarei no Jardim ou na Sala Lisboa, o Recanto dos Espone, adaptação dospeakers cornerou recanto dos oradores, num ambiente típico de Hyde Park. As intervenções serão feitas de cima de um de entre os seguintes apoios, com garantia de estabilidade: escada, escadote, púlpito, banco, cadeira ou de outro equipamento à sua responsabilidade desde que o traga, para que não tendo os pés assentes no chão durante a sua intervenção, não se sujeite a ir de T.I.R.* (ver abaixo) para casa, escolhendo assim o nível da sua intervenção (mais alto ou mais baixo). A chegada e a saída do local fazem-se pelo “Passeio da Fama”. Perto haverá uma “warm-up” para ir descontraindo antes de intervir. Surpreenda-se e surpreenda-nos. Sinta-se um Orson Welles no Cidadão Kane e da colina veja “Coimbra a seus Pés”, imagine-se no Principado de Andorra e observe as Sedes dos 3 Poderes de Coimbra, os 3 Paços, onde estão os 3 Senhores dos Paços, os 3 co – Príncipes: Paços do Concelho (Presidente da Câmara), Paço das Escolas (Reitor da Universidade) e Paço Episcopal (Arcebispo Bispo Conde). Limite de 24 oradores a 10 mins por intervenção. Serei a ERPA – Entidade Reguladora da Palavra. As ideias a expor deverão incidir prioritariamente sobre o futuro da Europa, de Portugal, e/ou de Coimbra, para o quinquénio 2011-2016. Inscreva-se com nome (individual ou colectivo), envie o seu contacto (email + telemóvel), escolha em que hora quer utilizar os seus 10 minutos de fama sabendo que, serei o primeiro inscrito para falar das 15h00 às 15h10. Não há limite de idade mínimo nem máximo para intervir. Só pode intervir uma vez. Escolha se quer assistir de pé, sentado no chão, sentado em cadeiras, no seu assento preferido que pode trazer e levar, deitado na relva – recomendo que leve cobertor, parado, mexendo-se. Haverá, durante a tarde, venda de comes e bebes exclusiva do Hotel mas, pode levar o seu próprio farnel e, partilhá-lo ou não. Uso da casa de banho do hotel. Possibilidade de fumar. Total informalidade. Traje como entender, podendo mudar de traje várias vezes. Seja exuberante. Inscrições gratuitas, desde já (ver abaixo). Contacto consigo de imediato. Ajude-me a construir esta iniciativa que, julgo inédita e entre no Mundo dos Espone, uma imensa maioria.

Cidadãos – Alvo: à procura de emprego, achistas, activistas, adolescentes, adultos, afamados, amigos meus, analistas sociais, anónimos, ansiosos, arguidos, associações, autarcas, baby-boomers, bem criados, bem dispostos, bitaiteiros, bloguers, bloguistas, bloquistas, borguistas, caçadores de talentos, chefes, chefiados, cidadãos abrigados (com partido), cidadãos com saídas precárias, cidadãos leninistas (que passam a vida a perguntar a si mesmos e a outros: que fazer?), cidadãos sem abrigo (sem partido), cidadãos (simplesmente), cientistas, colectivos (de qualquer âmbito), colunistas, com as velhas oportunidades ou com as novas, com ou sem religião, com próteses digitais, com teses publicadas, comunistas, corajosos, criativos, críticos, cronistas, curiosos, de todas as cidadanias, de todas as cores, de todas a raças, de todos os níveis de literacia, de todos os géneros, debatentes, democratas, desempregados, desorientados, difamados, dirigentes associativos, docentes de educação cívica e de educação para a cidadania, doentes, doutores de coimbra, doutores de outros lados, eleitores, ensaístas, eruditos, escritores, especialistas convencidos, especialistas em alguma coisa, estimados, estudantes, ex arguidos, excluídos, famílias, familiares meus, formadores, formados, formandos, fotojornalistas, futuros arguidos, gente que gosta de coimbra, governantes, graduados em lentes, incluídos, indivíduos que já não vem a coimbra há muito, inqualificáveis, intérpretes (exclusivamente de português para português), investigadores, jornalistas, jovens, leitores, licenciados, maduros, maiorias éticas, mal criados, malta sem programa, medrosos, membros do conselho de cidade das caldas da rainha, membros das jotas, membros de ong’s, minorias étnicas, olheiros, opinativos, orientadores de qualquer coisa, orientados, os que confiam nesta iniciativa, os que desconfiam desta iniciativa, os que estão nas redes sociais, os que querem estar nas redes sociais, os que querem conhecer gente importante, os que se consideram aptos para as redes sociais e inaptos, ostracizados, partidos, pessoas de acção, pessoas que se sentem à vontade, poderosos, polémicos, políticos, politólogos, portadores de desordens emocionais, portadores de pulseiras electrónicas, precários à procura de saída, prelectores, professores, provincianos, provedores municipais, qualificáveis, quem ainda me queira conhecer, que conhecem e gostam deste hotel ou o querem conhecer, que vivem nas periferias, receosos de enfrentar públicos, recreativos, reformados, regionalistas, republicanos, resilientes, rurais, sãos, sedutores, sem teses publicadas, seniores, sindicalistas, socialistas, stressados, técnicos de orçamento participativo, técnicos de sondagens, tementes, tristes, trabalhólicos, urbanos, verdes, viciados, voluntários e todos os demais

Ponto de Situação: será divulgado no final de Março, a um mês do Evento

Assinatura: Coimbra, 24 de Fevereiro de 2011, Cidadão José Dias / Zé Dias, 1,65 altura, 60kg peso, BI 851493, Montes Claros, Olivais, Coimbra, 62 anos, casado, uma filha, 7º ano do liceu, técnico de turismo, colaborador da Fundação Inatel, 1.700 euros mensal Net, livros (Afrontamento, 2004 - Cidadania Activa Mais e Melhor Democracia, 2008 - Memórias do Cidadão José Dias), citado e excitado noutros, tricomendador (colheita Jorge Sampaio – Liberdade e Infante D. Henrique, colheita chilena Ricardo Lagos - Bernardo O’Higgins), Companheiro Paul Harris (Fundação Rotária), associado (Alternativa – Associação Cultural para o Desenvolvimento do Ser Humano, Amnistia Internacional, Associação 25 de Abril, Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol, Associação dos Antigos Alunos da Universidade do Porto, Associação Cristã da Mocidade, Associação José Afonso, Associação Portuguesa de Portadores de Pacemaker e CDI’s, Não Apaguem a Memória, Rede dos Antigos Alunos da Universidade de Coimbra, Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante Agências de Viagens Transitários e Pescas CGTP, Transparência e Integridade), cardíaco, eventor (desenho, criação e organização de eventos), ciespone (cidadão especialista em porra nenhuma), arguido (desde 2005 que estaciona um T.I.R. *Termo de Identidade e Residência” em sua casa)

Apoios: Dias, vestido por CiganadeLamego&Co (Feira dos Ciganos), penteado por Barbearia D’Uomo (C.C.Tropical), engraxado por Miranda (Praça 8 de Maio), bemquilhado por Alguns, maquilhado por José Manuel, apresentará ao longo do dia a Colecção Primavera / Verão 2011 para Cidadãos Activos do estilista Silva

Contactos (excepto reserva de almoço): jdias@inatel.pt, 919726959, facebook, faceaface, umasoface

Anote na sua Agenda, Inscreva-se, Participe, Divulgue - são 4 pgs. -

"Para quem, para além de gostar, pensa pensamentos impensados", por Teresa Amal, de Moçambique.




Não sei de onde vem mas já vi reclamar o pensador como legítimo representante da arte de pensar e filosofar em muitos lugares. Trata-se de um homem sentado com as pernas flectidas e os calcanhares junto aos ossos da bacia. Hei-de tentar fazer um desenho para que possam apreciar. Dessa forma o homem tem a cabeça entre as pernas e um olhar distante pois está a pensar.


Muita gente tem vendido este pensador como o pensador africano: aquele que pensa de entre as suas pernas magras, as tíbias e os fémures alongados, os cotovelos fincados no chão com as mãos chegando e segurando os pensamentos da cabeça de cabelo curtinho, às vezes rapado.


Hoje de manhã ao vir para o Cruzeiro do Sul deparei-me com um outro pensador. Artisticamente falando este aqui é a cores e a três dimensões. Usa uma camisa aos quadros desbotados de vermelho e branco e uma calças da cor do cimento dos passeios das avenidas. Pensava absorto, se calhar não. Pensava seriamente e com os olhos além para além do além. Isso sim, não posso mentir, estavam bem abertos e cheios de actividade.


O corpo estava deitado em cima de um cartão no meio do passeio da rua Mártires da Machava com orientação norte/sul e de barriga colada entre o chão e o cartão. De bruços, repousava os ombros numa garrafa cheia de água. A única coisa que eu já lhe conhecia eram os cotovelos fincados no chão mas sem segurarem a cabeça estavam apenas a continuar os braços e os antebraços.


Ai se eu soubesse desenhar este pensador e fazer réplicas em madeira de umbila, pau-rosa, pau-preto, ébano, sei lá, acho que poderia enriquecer-me de todos aqueles pensamentos que além do além dos seus olhos diziam que para além das saudades das pessoas ficam também a roer as saudades da cidade de chanfutas e acácias e da guerra popular que sobe e desce nas ruas e nas veias do meu coração.


E amanhã virá o frio.


Vossa


T